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  • Ronaldo Rodrigues

A importância da imagem na música


Música e vídeo são quase indissociáveis hoje em dia - é difícil imaginar uma música comercial que não tenha um videoclipe bastante chamativo. Vamos explorar um pouco mais essa relação e como ela evoluiu ao longo dos anos.


A primeira relação da música (gravada) com a imagem foi através da fotografia. Ambas invenções - gravação de sons e prensagem de um disco e de imagens através da fotografia em papel - datam do fim do século XIX. Contudo, passaram-se algumas décadas até que fotos dos artistas passassem a estampar capas de compactos ou long-plays (LPs). Nisso, o critério da aparência do/a artista (ou conjunto) tornou-se bastante relevante. Pense que o primeiro critério de compra de um produto físico é a beleza visual - uma embalagem atrativa, uma foto bem tirada e uma pessoa bem aparentada (de acordo com o padrão de beleza local-temporal) na capa, tem maior potencial de chamar a atenção do possível comprador. Obviamente, que o critério final para a compra da música, acaba sendo o critério sonoro, mas é impossível desprezar o peso do aspecto visual na decisão de consumo (e isso se mantém até hoje). Publicações impressas também davam espaço a músicos e cantores e, nisso, novamente, a aparência importava.


A relação entre o visual e a música atingiu um aspecto ainda mais relevante com a invenção da TV (década de 1950) e em paralelo com o cinema (que já usava trilhas sonoras desde a época do cinema mudo, mas majoritariamente usava a música das orquestras para tal). O visual deixou de ser estático para ser dinâmico - não só a aparência importava, mas também a forma como o artista se portava, gesticulava, se movimentava, dançava, interagia com os outros diante das câmeras, etc. Já desde o início, formas criativas de apresentar a música na TV surgiam, sejam em programas de auditório com um determinado cenário condizente com a música apresentada, acompanhamento de dançarinos, filmagens em locais abertos, montagens, etc. Todas essas experiências das TVs ao redor do mundo culminaram com a massificação dos filmes musicais no fim dos anos 60 e dos videoclipes no fim dos anos 70. Companhias fonográficas, produtores e as próprias bandas passaram a traçar estratégias claras para vídeo de forma a promover mais apropriadamente a música. De forma cumulativa, a importância da fotografia para a música mantinha-se intacta.


A produção de videoclipes ganhou escala com o advento da MTV, um canal de TV dedicado exclusivamente aos videoclipes. O advento da MTV gerou um grande investimento das companhias fonográficas no formato, no qual não bastava apenas que a banda aparecesse - era preciso aparecer de uma forma criativa e atraente. Isso poderia ser obtido de muitas formas diferentes que não apenas mostrando a banda em um palco ou em estúdio tocando, mas sim fazendo uma espécie de "curta-metragem" com um enredo e produção digna de cinema, ou usando de artifícios apelativos e polêmicos para deixar a audiência chocada. A importância do videoclipe atingiu tamanha proporção que hoje eles até ofuscam a música. Na música pop, em especial, a coreografia, a pose, as roupas apelativas (ou a falta delas), os efeitos visuais, a ostentação do cenário, o "estilo de vida" vendido nas imagens, a (suposta) narrativa político-social da música, acaba tendo importância maior que o conteúdo musical.


Para quem ainda duvidar da importância da imagem/vídeo na música, basta atestar que o YouTube, um canal de VÍDEOS, é o site mais acessado para quem quer ouvir MÚSICA. E o Instagram, uma das redes sociais mais acessadas nos anos mais recentes, é assentado primordialmente em fotos e vídeos. Ou seja, hoje para a música a imagem é tudo. Nisso, é fundamental que os músicos e bandas, invistam em design, fotografia, cenografia, vestuário e vídeo buscando os melhores recursos possíveis para fazer frente a esse mercado musical tão visual quanto é o atual.



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