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Teclados no rock progressivo - 5 músicas para conhecer

Ronaldo Rodrigues

Atualizado: 28 de set. de 2021


O rock progressivo é um estilo com predominância dos teclados. Tecladistas virtuosos e de grande envergadura técnica foram (e ainda são) essenciais para que o estilo atingisse sua plenitude musical. Além disso, nenhum outro estilo musical usou tamanha variedade de teclados como o rock progressivo.


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Boa parte da riqueza musical dos teclados no rock progressivo está pretensiosamente compilada nessas longas faixas do rock progressivo da década de 1970. A lista não está em ordem. Detalharemos um pouco cada faixa, explicitando os diferentes teclados utilizados e a forma como se encaixaram nos arranjos. O leitor poderá se inteirar em um pouco do magnífico trabalho de teclados dessas faixas e da inventividade dos tecladistas por trás desses sons incríveis.


Yes - Heart of the Sunrise


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Rick Wakeman atingiu fama internacional quando deixou o Strawbs, grupo de prog/folk britânico, em 1971 para entrar no Yes, que procurava um multitecladista virtuoso para ousadias musicais ainda maiores do que as anteriormente gravadas. Rick Wakeman já chegou mostrando uma inteligência musical acima da média - em Heart of the Sunrise, seus teclados encontram um espaço único entre riffs marcantes de guitarra e uma nervosa sessão rítmica composta por Bill Bruford e Chris Squire. Wakeman começa marchando paralelamente ao riff de guitarra e baixo com o órgão Hammond, que preenche as pausas com dissonâncias e notas cheias de tensão. Em seguida, o clima de suspense proposto pelo riff de baixo é acompanhando com uma soturna sequência de acordes no mellotron, até que o órgão Hammond se enfureça novamente como no início. Para a sessão vocal da música, Wakeman usa de maneira surpreendente órgão Hammond, piano acústico, mellotron e Minimoog. Ao invés de soar como uma aparente salada aleatória de sons diferentes, tudo é harmonizado com em uma refinada gastronomia.


Emerson, Lake & Palmer - The Endless Enigma, Pt. 1



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Há tantos exemplos possíveis de teclados dentro do repertório do ELP que é difícil eleger apenas uma faixa representativa dos teclados na obra progressiva dessa banda. Keith Emerson era um gênio - simples assim! Nessa faixa somos inseridos em experimentações propostas pelo sintetizador ARP, com modulações feitas em tempo real, e pelo virtuoso piano acústico de Emerson, em um esquema "pergunta-resposta". Outro sintetizador emula uma espécie de clarinete (ou gaita de fole) e um contraponto genial de órgão Hammond e piano acústico prepara a entrada da banda toda. Carl Palmer e Greg Lake entregam uma base poderosa para Emerson voar com um solo de Hammond. Diferentes timbragens de órgão são usadas na parte vocal da música, das mais cândidas às mais impactantes, tendo também o piano como sustentação na base, mostrando a capacidade dinâmica de Keith Emerson.


Genesis - Dancing with the Moonlit Knight



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Se Rick Wakeman e Keith Emerson estão no Olimpo dos tecladistas por seus solos magistrais, Tony Banks, tecladista do Genesis, é inconteste no quesito "arranjos". A capacidade de Banks em fazer arranjos geniais de teclados para as músicas do Genesis ficou muito clara em Selling England by the Pound, de 1973, no qual ele ampliou o leque de teclados utilizados. Até então Banks fazia tudo no órgão Hammond e no mellotron (importantíssimo para a sonoridade marcante dos álbuns Nursery Crime e Foxtrot). Mas neste álbum, Tony Banks agregou maciçamente o piano acústico e os sintetizadores ARP. Em Dancing with the Moonlit Knight, Banks trabalha as dinâmicas como ninguém, usando diferentes registros do órgão Hammond e uma belíssima linha de piano acústico. O mellotron, com o registro dos coros, entra com uma dinâmica precisa para que o órgão Hammond seja reintroduzido e leve a música para uma direção bem diferente do começo, na qual o órgão com distorções e muito reverb façam um belíssimo acompanhamento para a guitarra. O mellotron reaparece com uma quebra magistral de velocidade e em seguida, uma surpreendente intervenção de sintetizador deságua na calmaria do mellotron, em outra demonstração perfeita de dinâmica.


Argent - The Coming of Kohoutek/Once Around the Sun/Infinite Wanderer



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A suíte, em três partes, lançada pelo Argent como abertura do disco Nexus (1974), é uma explosão de teclados! Ela começa com uma introdução estonteante feita pelo mellotron, um sintetizador e um pedal Moog Taurus; em seguida um pesado shuffle é a base para um violento solo de órgão Hammond apoiado por um Minimoog. Um momento de calmaria se sucede, com mellotron e uma base sutil no órgão, até que uma nova seção é introduzido por um órgão de tubos (!) no qual novamente o peso trazido pelo pedal Moog Taurus é marcante. Para abrir a parte final da suíte, uma rápida intervenção de piano acústico é complementada pelo sintetizador Minimoog, até que o shuffle reaparece e Rod Argent faz chover em seus solos, alternando entre o Hammond e o Minimoog. Se você gosta de teclados e não conhece essa faixa, faça um favor a si mesmo e ouça!


Pink Floyd - Dogs



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Richard Wright não era exatamente um virtuoso e nem um tecladista afeito a solos, mas era um mestre na criação de texturas e climas únicos para as músicas do Pink Floyd. Era uma peça-chave na engrenagem de rock "espacial" que o Pink Floyd praticava. No disco Animals, de 1977, Richard Wright usa uma inédita variedade de teclados em uma única música. Tudo bem que estamos tratando de uma suíte de nada menos que 17 minutos. O som de seu órgão Hammond é trabalhado com efeitos de phaser e eco, fazendo uma base marcante e essencial para o resultado da música. Um belo tema de sintetizadores duela com a brilhante guitarra de Dave Gilmour, até que o Hammond dá lugar ao piano elétrico Fender Rhodes e ao ARP Strings Solina para que Dave Gilmour entre com seu solo magistral. Na seção central, impressiona o quanto o Fender Rhodes dialoga bem com o violão base, para depois o ARP Strings e os sintetizadores levarem o ouvinte para outra galáxia.





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2件のコメント

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Allan Soria
Allan Soria
2021年4月28日

Belas escolhas de músicas. Maa tenho dúvidas quanto a escolha do Yes. Eu iria de Close to the Edge... Essa música fez eu apreciar teclados, aliás esse disco todo é magnífico no que concerne aos teclados.

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Ronaldo Rodrigues
Ronaldo Rodrigues
2021年4月28日
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Oi Allan! obrigado pelo seu comentário. Também adoro esse som e o Close to the Edge é o ápice do Yes, meu disco favorito deles. O páreo é duríssimo, poderia escolher perfeitamente esse som tanto quanto Heart of Sunrise. Só acho que Heart of Sunrise, se ouvida com atenção, revela uma série de detalhinhos que Wakeman foi inserindo seja no piano, seja nos sintetizadores ao longo do canto do Jon Anderson, que me parece que ele tava mais "solto" nessa música. Close to the Edge já tem uma estrutura mais amarrada, com os outros instrumentos muito marcados nas partes vocais, onde não tinha tanto espaço pra essas aventuras. Foi esse detalhe sutil que me fez escolher entre uma e outra,…

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